segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Obesidade pediátrica

Obesidade pediátrica: Uma questão de peso com responsabilidade partilhada



Portugal está entre os países europeus com maior número de crianças obesas e com excesso de peso. Apesar da obesidade ser uma doença multifactorial, sabe-se que são os factores ambientes, nomeadamente o comportamento alimentar e o exercício físico, que exercem maior influência na magnitude da doença.


De facto, as crianças hoje em dia não têm lá muita actividade física. Se dantes andavam de bicicleta, hoje andam de veículos a motor, ou então sobre rodas, de skate ou patins… Não vão a pé para a escola, até por uma questão de segurança e, muitas, não fazem educação física!

As nossas cidades também não foram propriamente planeadas para serem saudáveis. Não há jardins para as crianças brincarem, jogarem às escondidas, saltarem à corda, ou seja, para as brincadeiras das gerações anteriores, pelo que passam a vida sentados à frente ou da televisão ou do computador, e normalmente, como se não bastasse, a debicar qualquer coisa...

É também através da televisão que são bombardeadas com publicidade que anuncia produtos como sendo saudáveis, oferece brindes, ou apela a características que as crianças pretendem imitar. Na escola, os bufetes e as máquinas de venda automática oferecem uma variedade enorme de produtos menos saudáveis.

Os próprios rituais familiares sofreram muitas alterações e a alimentação passou a ser desvalorizada. Na tentativa de melhorar o fim do dia, os pais optam pelas refeições rápidas, que estão carregadas de sal e gordura.

E, depois, aos fins-de-semana, as famílias correm para os centros comerciais à procura de um lugar para saborear qualquer coisa carregada de calorias... É que, ainda por cima, comer gordura e açúcar é, para além de tudo, muito mais barato. E assim as nossas crianças vão comendo mal a tempo inteiro. dentro e fora de casa.



O que podemos fazer para combater este flagelo?

Nesta fase da vida, mais do que impor dietas, é preciso modificar estilos de vida. Ou seja, torna-se necessário intervir ao nível da família, ensinando-as a fazer compras, e a emagrecer o carrinho do supermercado; é também importante que os pais saibam quando e como dizer não aos filhos. Torna-se fundamental a intervenção da Indústria, não só na alteração das regras do marketing alimentar, mas também para apostar numa nova formulação de produtos, de forma a termos ofertas saborosas e mais saudáveis. E torna-se necessário intervir na escola, onde é urgente que os Conselhos Executivos ponham em prática as novas recomendações para os bufetes escolares elaboradas pela Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, que define um conjunto de produtos alimentares a promover e outros a limitar. Só assim, com uma educação alimentar transversal a toda a sociedade, podemos pensar em lutar contra a obesidade em idade pediátrica.

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