sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Emagrecer de forma saudável

Se tem uns quilos a mais e quer ver-se livre deles em pouco tempo não acredite em dietas radicais que trazem riscos para a sua saúde. Para emagrecer saudavelmente, saiba que os alimentos que ingere deverão fornecer uma quantidade de energia inferior à que gasta.

Escolha uma alimentação variada e equilibrada que contenha todos os alimentos, ainda que em pequenas quantidades, distribuída por 5 refeições ao longo do dia. Não exclua da sua alimentação o arroz, as massas, as leguminosas e o pão pois metade da nossa energia tem origem nestas fontes de hidratos de carbono. Tome nota:
Prefira carnes magras de aves, por exemplo;
Coma peixe duas a três vezes por semana;
Acompanhe as refeições com vegetais e coma sempre uma peça de fruta;
Beba por dia cerca de dois litros de água;
Evite ou mesmo elimine o açúcar, as guloseimas e bebidas alcoólicas;
Procure fazer mais exercício físico.
Muitos produtos de emagrecimento passam a ideia de que são à base de “extractos de plantas” e “naturais”. Só que o natural não é inócuo. Saiba quais as possíveis consequências para a sua saúde.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

A obesidade

Doença dispendiosa, de alto risco, crónica e reincidente; esta doença afecta milhões de pessoas em todo o mundo, inclusive crianças. Embora não seja nova, ela assume agora proporções epidémicas e está a aumentar exageradamente. Esta tendência é, sem dúvida, alarmante em virtude das doenças associadas à obesidade.






A obesidade é...

Excesso de gordura corpórea.

Doença crónica multifactorial e que requer tratamento médico.
Consequência do excesso de ingestão de gordura proveniente dos alimentos.

Doença epidémica.

É condição associada, sem dúvida a outras doenças e à diminuição da qualidade de vida.

Significativa grande responsabilidade pelos custos do sistema de saúde.



O que é ser Obeso

Ser obeso é ter uma doença crónica ocasionada por um excesso de gordura corpórea. A obesidade é identificada quando há um desequilíbrio energético, ou seja, a energia ingerida (a quantidade de calorias que nós ingerimos) é maior do que a energia dispendida (número de calorias usadas pelo nosso metabolismo, durante actividade física e na formação de calor) por um longo período de tempo. De acordo com as tabelas da Metropolitan Insurance Life Company (Nova York, EUA), uma pessoa é considerada obesa quando seu peso for no mínimo 20% maior do que o considerado ideal para sua altura.



Será que eu sou obeso?

Durante muito tempo, a medicina procurou um padrão de cálculo que pudesse ser utilizado em todo o mundo e que permitisse identificar, da melhor forma possível, o ponto a partir do qual uma pessoa pode ser considerada com sobrepeso e obesa. Existe uma série de medidas de peso, porém o Índice da Massa Corporal (IMC), atendendo à sua facilidade de interpretação, é hoje aceite como padrão de medida internacional. A sua forma de cálculo é a divisão do peso (em kg) da pessoa pela sua altura, elevada ao quadrado (em m²).



CATEGORIA / IMC

Abaixo do Peso / Abaixo de 20
Peso Normal / 20 - 24,9
Sobrepeso / 25,0 - 29,9
Obeso / 30,0 - 39,9
Obeso Mórbido / 40 e acima



Distribuição Regional de Gordura

Embora o total de gordura no nosso corpo seja importante, é mais relevante ainda, saber onde ela está localizada. A gordura depositada na região abdominal (andróide) acarreta mais riscos à saúde do que se ela estiver concentrada em outra parte do corpo, como região dos quadris e coxas (ginóide). Uma medida que é comum ser usada na prática médica para avaliar os risco de saúde é a Relação
Cintura:Quadril.

Mulheres com cintura: quadril > 0,80 = Risco

Homens com cintura: quadril > 1,00 = Risco

Muitos especialistas utilizam, conjuntamente, os métodos IMC e cintura:quadril, para avaliar com mais segurança os risco de saúde do paciente. Cabe destacar, que outros autores têm aceite que a simples circunferência abdominal maior que 95 cm é representativa de risco elevado de doenças.



Outras formas de medir o peso

Medir a gordura corpórea serve para avaliar o risco de doenças relacionadas a ela e, para os pacientes obesos, determinar se é necessário iniciar um tratamento, qual será e por quanto tempo.
Dentre as medidas destacam-se:

Técnicas laboratoriais para medição da gordura corpórea (como a Tomografia Comptorizada)

Técnicas não-laboratoriais para medição da gordura corpórea (medições das pregas cutâneas e teste de bio-impedância)



Causas da Obesidade

A sociedade constantemente discrimina a pessoa obesa, como se ela fosse a única responsável por seu estado. Mas isso não condiz com a realidade. Na verdade, o obeso nada mais é do que vítima de uma série de factores orgânicos, ambientais e psicossociais que têm implicações fortes para o controle da doença, caracterizada pelo excesso de gordura corpórea. Considerar isoladamente um ou outro factor não é o ideal, quando o objectivo é perder peso e manter-se dentro desse controle. Sendo assim, precisamos analisar todo o contexto, agindo sobre cada um dos pontos que interferem no sucesso dos programas de reeducação alimentar e de mudança de comportamento.



Causas da Obesidade

A sociedade constantemente discrimina a pessoa obesa, como se ela fosse a única responsável por seu estado. Mas isso não condiz com a realidade. Na verdade, o obeso nada mais é do que vítima de uma série de factores orgânicos, ambientais e psicossociais que têm implicações fortes para o controle da doença, caracterizada pelo excesso de gordura corpórea. Considerar isoladamente um ou outro factor não é o ideal, quando o objectivo é perder peso e manter-se dentro desse controle. Sendo assim, precisamos analisar todo o contexto, agindo sobre cada um dos pontos que interferem no sucesso dos programas de reeducação alimentar e de mudança de comportamento.



Problemas velhos conhecidos

» Não iniciar tratamento
» Abandono do tratamento
» Fracasso na perda de peso
» Depressão
» Recuperação de peso após o tratamento




Mudando os paradigmas: novas explicações dos problemas da obesidade surgiram, como explicações biológicas convincentes sobre a etiologia da obesidade; avaliações sistemáticas da natureza e extensão dos problemas psicológicos das pessoas obesas; apreciação de até que grau a maioria dos problemas emocionais são causados pelo preconceito e pela discriminação experimentada pelos obesos.



Distúrbios da alimentação



Bulimia

A Bulimia é um distúrbio alimentar caracterizado por episódios de ataques de fome seguidos imediatamente por vómitos auto-induzidos, depressão e pensamentos auto-depreciativos. Ela ocorre mais frequentemente em pessoas jovens entre 14 e 30 anos. A Bulimia ocorre em pessoas obesas e de peso normal e sua prevalência está a aumentar, porém, apenas 5% dos obesos são bolímicos.



Distúrbio do Comer Compulsivo

O distúrbio do comer compulsivo (Binge Eating Disorder - BED) é uma condição psicológica reconhecida, e que ocorre com maior frequência em obesos. O indivíduo alimenta-se descontroladamente, consome grande quantidade de comida por um período curto de tempo, bastante maior do que o necessário para a maioria das pessoas, e é acompanhada de uma sensação de falta de controle. O ataque de fome (compulsão) incide em aproximadamente 30% das pessoas obesas que procuram auxílio médico. A principal característica é a ocorrência de episódios de compulsão descontrolada, predominantemente, no final da tarde ou durante a noite. Observou-se que as pessoas obesas que sofrem do distúrbio do comer compulsivo têm maiores mudanças de humor e mais psicopatologias do que os obesos que não sofrem deste distúrbio. Ainda as pessoas obesas que sofrem do distúrbio do comer compulsivo têm também maior probabilidade de abandonar tratamentos comportamentais de controle de peso.



Sociedade: difícil convivência

Entre tanta discriminação e preconceito, é muito difícil manter uma auto-imagem positiva, sem depressão e outras perturbações. Estudos realizados mostram que os indivíduos obesos podem parecer "alegres e despreocupados no convívio social, mas sofrem com sentimentos de inferioridade, são dependentes, passivos e têm profunda necessidade de serem amados". O desprezo ao obeso e a preocupação com a magreza começam na infância. A maioria de nós sabe que o obeso é alvo de preconceito e discriminação, mas poucos percebem até onde isto chega. A discriminação contra pessoas obesas é tão generalizada quanto o preconceito. Estatísticas mostraram que as pessoas obesas apresentam menor probabilidade de completar o mesmo número de anos escolares, de serem aceitas em escolas de prestígio e ingressar em profissões desejáveis. O problema não termina com a Universidade. As pessoas obesas enfrentam discriminação ao procurar emprego e no ambiente de trabalho, onde encontram dificuldade de colocação no mercado de trabalho. Estudos apontaram que empregadores consideram indivíduos com peso excessivo menos desejáveis para contratação do que indivíduos com peso normal, mesmo quando acreditam que os dois grupos possuem as mesmas habilidades.


Conceitos de Biologia em relação às gorduras



O papel das células

O corpo humano é formado por mais de 75 trilhões de células, unidades microscópicas, mas que contêm estruturas complexas que desempenham funções vitais. Para isso, elas precisam de energia, que provém das calorias absorvidas na alimentação. Dentro desse rol gigantesco de células, algumas são especializadas, desenvolvendo actividades específicas, como as células de absorção e as células gordurosas (adipócitos), imprescindíveis para a digestão e o armazenamento da gordura, respectivamente.



Células de absorção

Uma vez terminada a digestão dos alimentos, estes são absorvidos pelo organismo. No caso das gorduras, esse processo é feito no interior do intestino delgado, que apresenta protuberâncias minúsculas, chamadas de vilosidades, que participam da absorção dos nutrientes. Há também as microvilosidades, que são protuberâncias muito diminutas que contribuem para o transporte dos nutrientes, como as gorduras, da luz do intestino para a corrente sanguínea.



Células gordurosas

São chamadas de células gordurosas ou adipócitos, aquelas que armazenam gorduras dentro do corpo e as liberam quando for necessário. A energia é armazenada na forma de triglicerideos, que são moléculas de lipídios compostas basicamente por gordura.

As células gordurosas armazenam energia na forma de triglicerídeos



Distribuição anatómica da gordura

Em pessoas com peso normal, a maior parte do tecido adiposo está localizado sob a pele, actuando como protector contra a perda de calor, o que é chamada de gordura subcutânea. Os indivíduos com sobrepeso ou obesos, além da gordura subcutânea, carregam tecido adiposo na região abdominal, o que representa uma importante reserva de energia, chamada de tecido adiposo visceral, mas que contribui para muitas das doenças associadas à obesidade.



Gordura subcutânea + tecido adiposo visceral = gordura abdominal


Maçãs ou peras

Quando o tecido adiposo se acumula predominantemente na região abdominal, há um predomínio da gordura visceral e diz-se que a pessoa apresenta obesidade do tipo andróide ou tipo "maçã". Se a tendência é acumular gordura na região dos quadris e coxas, a obesidade é classificada como ginóide ou tipo "pera". (Ver Distribuição Regional de Gordura em "O que é ser obeso")

Observe-se no espelho com atenção e identifique a qual grupo a que o(a) senhor(a) pertence. Cabe lembrar que as pessoas com o perfil em formato de maçã têm mais facilidade de desenvolver outras doenças, como problemas cardiovasculares, pois a gordura visceral, ao contrário da subcutânea, dirige-se directamente para o fígado antes de circular até os músculos, podendo causar resistência à insulina, levando à hiperinsulinémia, que são níveis elevados de insulina, aumentando assim o risco de diabetes mellitus tipo II, hipertensão e doenças cardiovasculares.



Balanço Energético

Entende-se por ganho de peso, o acumulo de gordura corpórea, ou seja, quando uma pessoa ingere uma quantidade maior de calorias do que a que ela vai gastar em sua actividade física diária, dando origem a um equilíbrio energético positivo. A obesidade ocorre exactamente quando a ingestão da energia excedeu o seu gasto por um longo período de tempo.



Podemos definir então, três fases do ganho de peso:

Etapa ideal ? quando a ingestão de energia equivale ao gasto, mantendo o peso inalterado.

Fase dinâmica ? a ingestão de energia é maior que o gasto, levando ao aumento do peso, em um processo que pode durar anos, se a pessoa continuamente tenta perder peso.

Obesidade estática ? ocorre quando a ingestão de energia e o seu gasto se igualam, mas num nível mais alto do que antes. Ao tentar perder o excesso de peso, a pessoa depara-se com um problema que antes não havia, que é a diminuição do índice metabólico (isto é, do gasto de energia do corpo), visto que o organismo tenta manter seu novo peso.

Sabe se tem excesso de peso?

A obesidade e o excesso de peso estão a tornar-se um problema de saúde pública nas sociedades ocidentais, e cada vez mais em todo o mundo.


Sabe se tem excesso de peso?

O excesso de peso aumenta o risco de hipertensão arterial, de diabetes, de excesso de colesterol, triglicéridos no sangue e de doenças cardiovasculares.



Tem excesso de peso?

A maneira mais simples de saber se tem excesso de peso é avaliar o seu índice de massa corporal (IMC), que se calcula dividindo o peso em quilos pelo quadrado da altura em metros.



O perímetro de cintura é um indicador de obesidade: homens com valor superior a 94cm e mulheres com valor superior a 80cm têm maior risco de doenças cardiovasculares.



Tenha uma alimentação saudável!

» Faça um mínimo de três refeições por dia, sendo uma delas o pequeno-almoço.

» Inclua frutas e / ou vegetais em todas as refeições.

» Inclua cereais, especialmente cereais integrais (pão de mistura) e produtos lácteos na sua alimentação diária (leite meio gordo, queijo fresco, iogurtes).

» Prefira as carnes magras e o peixe.

» Utilize pouco sal na comida.

» Use gorduras insaturadas (azeite, óleos de milho, girassol ou soja, margarinas líquidas).

» Evite os doces, os refrescos (quase sempre contêm muito açúcar), as comidas muito calóricas e a comida rápida.

» Evite fritar ou utilizar molhos. Utilize a cozedura, os grelhados e os assados.

» Evite as bebidas alcoólicas. Não beba mais do que dois copos de vinho ou de cerveja, se é homem, metade, se é mulher.

» Beba seis a oito copos de água por dia.

Obesidade e Excesso de peso? Pela sua saúde emagreça

Hoje emagrecer é mesmo uma questão de saúde, já não é só uma questão estética. Quando se excedeu o peso ideal em 10, 20, 30 quilos ou mais há que fazer algo urgente. Com os hábitos alimentares destorcidos, horários irregulares, estilo de vida predominantemente sedentário, os quilos instalam-se e mesmo que não se aperceba, estará a adoecer de dia para dia. Saiba como perder entre 10 a 30 quilos, em 6 meses, ao mesmo tempo que reeduca a sua alimentação.





Balão Intragástrico

Uma alternativa menos agressiva aos procedimentos cirúrgicos que se fazem actualmente é o Balão Intragástrico. É composto de silicone, e tem normalmente uma capacidade de 400 a 700 ml que será preenchida por soro fisiológico (substância que não representa qualquer perigo para o organismo).

Depois de introduzido vazio no estômago, via endoscopia, será cheio de soro e uma válvula interna fá-lo encerrar-se. O balão vai permanecer aí durante 6 meses, ocupando a cavidade do estômago, para que o paciente se sinta sempre saciado e, assim, consiga diminuir consideravelmente a ingestão de alimentos.

O tempo de permanência máxima deste dispositivo no organismo é de seis meses, mas o doente pode fazer várias substituições ao fim de cada semestre. O sucesso deste método reside no facto de que o paciente reaprende a comer, reeduca o seu organismo a comer quantidades moderadas e benéficas para si. Todo o processo tem um acompanhamento regular de um médico, que se encontra sempre disponível para o ajudar a reajustar a sua alimentação.



A colocação do balão

O balão é colocado por um médico endospopista, em consulta, via oral e endoscópica. Nos primeiros dias após a colocação do balão, o paciente pode apresentar náuseas e vómitos intensos que são passageiros. Nos primeiros dias deve fazer-se dieta liquida e, a pouco e pouco, fazer a ingestão de alimentos com maior consistência, podendo comer praticamente todos os alimentos ao cabo das primeiras semanas.

Uma vez insuflado dentro do estômago, o balão estimula receptores do fundo gástrico que sinalizam para o sistema nervoso central (cérebro) provocando saciedade permanente. O espaço ocupado pelo balão também age diminuindo a capacidade do reservatório gástrico. Estes dois mecanismos de acção levam a redução dos alimentos ingeridos e a consequente diminuição do aporte calórico e perda de peso.



A retirada do Balão

Depois dos seis meses, o Balão Intragástrico será extraído num procedimento que dura cerca de 20 minutos e que é similar ao da sua colocação. Durante o procedimento de extracção estará sedado/a e o médico extrairá a solução fisiológica antes de retirar o balão vazio do estômago.

Pode perder rapidamente uma média de 10 a 30 quilos; No entanto, os resultados vão depender do bom seguimento que fizer do seu programa alimentar e do ajuste que faça nos seus hábitos alimentares. A reeducação alimentar é o objectivo máximo deste tratamento: perder peso, aprendendo a não ganhá-lo de novo.

Obesidade pediátrica

Obesidade pediátrica: Uma questão de peso com responsabilidade partilhada



Portugal está entre os países europeus com maior número de crianças obesas e com excesso de peso. Apesar da obesidade ser uma doença multifactorial, sabe-se que são os factores ambientes, nomeadamente o comportamento alimentar e o exercício físico, que exercem maior influência na magnitude da doença.


De facto, as crianças hoje em dia não têm lá muita actividade física. Se dantes andavam de bicicleta, hoje andam de veículos a motor, ou então sobre rodas, de skate ou patins… Não vão a pé para a escola, até por uma questão de segurança e, muitas, não fazem educação física!

As nossas cidades também não foram propriamente planeadas para serem saudáveis. Não há jardins para as crianças brincarem, jogarem às escondidas, saltarem à corda, ou seja, para as brincadeiras das gerações anteriores, pelo que passam a vida sentados à frente ou da televisão ou do computador, e normalmente, como se não bastasse, a debicar qualquer coisa...

É também através da televisão que são bombardeadas com publicidade que anuncia produtos como sendo saudáveis, oferece brindes, ou apela a características que as crianças pretendem imitar. Na escola, os bufetes e as máquinas de venda automática oferecem uma variedade enorme de produtos menos saudáveis.

Os próprios rituais familiares sofreram muitas alterações e a alimentação passou a ser desvalorizada. Na tentativa de melhorar o fim do dia, os pais optam pelas refeições rápidas, que estão carregadas de sal e gordura.

E, depois, aos fins-de-semana, as famílias correm para os centros comerciais à procura de um lugar para saborear qualquer coisa carregada de calorias... É que, ainda por cima, comer gordura e açúcar é, para além de tudo, muito mais barato. E assim as nossas crianças vão comendo mal a tempo inteiro. dentro e fora de casa.



O que podemos fazer para combater este flagelo?

Nesta fase da vida, mais do que impor dietas, é preciso modificar estilos de vida. Ou seja, torna-se necessário intervir ao nível da família, ensinando-as a fazer compras, e a emagrecer o carrinho do supermercado; é também importante que os pais saibam quando e como dizer não aos filhos. Torna-se fundamental a intervenção da Indústria, não só na alteração das regras do marketing alimentar, mas também para apostar numa nova formulação de produtos, de forma a termos ofertas saborosas e mais saudáveis. E torna-se necessário intervir na escola, onde é urgente que os Conselhos Executivos ponham em prática as novas recomendações para os bufetes escolares elaboradas pela Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, que define um conjunto de produtos alimentares a promover e outros a limitar. Só assim, com uma educação alimentar transversal a toda a sociedade, podemos pensar em lutar contra a obesidade em idade pediátrica.

Obesidade mórbida em portugal

As cirurgias de redução do estômago são uma resposta eficaz para a perda de peso nos casos de obesidade mórbida. A equipa multidisciplinar do Hospital Particular de Lisboa (HPL), com doze especialistas, é considerada a mais experiente e qualificada, em Portugal, na área de cirurgia bariátrica, coordenada pelo Dr. Jorge Limão que entrevistámos.


Obesidade mórbida: Hospital Particular de Lisboa na linha da frente da cirurgia bariátrica

O que significa exactamente cirurgia bariátrica?

Do ponto de vista da cirurgia, é o tratamento da obesidade mórbida, isto é, quando o índice de massa corporal (IMC) – a relação entre o peso e a altura – está acima de 40, ou de 35, no caso de haver doenças associadas.



Em que consiste o serviço integrado de cirurgia bariátrica do HPL?

O serviço funciona num conceito multidisciplinar da abordagem ao doente: identificação e quantificação do problema e proposta terapêutica. Esta pode consistir numa terapêutica conservadora clássica – com acompanhamento multidisciplinar com a dietista, psicóloga e tratamento farmacológico, sem indicação operatória –, na endoscopia bariátrica, com a colocação de balão, ou, nos casos mais graves, na cirurgia, nomeadamente com a colocação da banda gástrica, sleeve gástrico, ou tubo gástrico, ou bypass gástrico.



Quem deve fazer a cirurgia?

A obesidade tipifica-se em função da relação do peso e da altura, o que dá o índice de massa corporal (IMC). O doente tem indicação cirúrgica a partir do IMC 40 e, também, se tiver entre 35 e 40 de IMC e doenças passíveis de melhorar com a perda de peso. A endoscopia bariátrica, com a colocação de balão, para pessoas entre os 30 e os 35 de IMC.



Quais as principais cirurgias de redução de estômago?


Balão intragástrico

Não se trata de uma cirurgia. Consiste em deixar uma “bola de andebol”, feita de silicone, dentro do estômago. É um processo endoscópico, em que o doente faz a colocação no dia e não precisa ficar internado. O balão é introduzido por endoscopia, através de um tubo que vai da boca ao estômago. Já no seu interior, é cheio com soro. Tem uma duração de seis meses, findos os quais é retirado, também por endoscopia. A perda de peso resulta de dois mecanismos: a ocupação de espaço dentro do estômago (cabe menos comida) e a pressão que faz sob a mucosa e a parede do estômago que desencadeia estímulos de saciedade, pelo que a apetência para comer baixa.


Banda gástrica

É como se fosse um anel no dedo, só que à volta do estômago. A técnica da banda gástrica ajustável consiste na colocação de um pequeno anel ao redor da porção superior do estômago, a cerca de dois centímetros do esófago. Este anel divide o estômago em dois compartimentos: um pequeno que fica acima da banda e irá armazenar pouca quantidade de alimento que, quando cheio, causa a sensação de saciedade; e um segundo compartimento maior, que é o resto do estômago normal abaixo da banda, e que continuará a participar do processo digestivo normal, recebendo e enviando o alimento para o duodeno.
A banda é uma “ferramenta” que o doente precisa para toda a vida. Se a retirarmos, o estômago vai voltar ao que era no início. É uma operação simples do ponto de vista cirúrgico que demora cerca de 40 minutos.
A operação é efectuada por laparoscopia que é uma técnica que permite fazer a cirurgia sem ser de "barriga aberta".


Bypass gástrico

No bypass gástrico recorta-se um pouco de estômago do restante. Consegue-se assim um estômago pequeno. Existe menos ingestão calórica porque se come menos. Consiste num corte numa pequena porção do estômago, a mais alta, onde se cria uma pequena bolsa que é ligada directamente ao intestino delgado. Ou seja, é feita uma passagem directa dos alimentos para o meio do intestino. Desta forma, passa-se a comer menos quantidade como acontece com a banda, mas também se absorve menos 30 por cento, logo há um melhor resultado e uma maior perda de peso.
Trata-se de uma operação que demora de hora e meia a duas horas, com três dias de internamento, efectuada também por laparoscopia, com um período de convalescença de cerca de duas semanas.


Sleeve ou tubo gástrico

O sleeve ou tubo gástrico é uma operação que “fica a meio caminho” entre a banda gástrica e o bypass gástrico. Efectuada também por laparoscopia, demora cerca de uma hora, precisa de 48 horas de internamento e de uma a duas semanas de convalescença. Consiste numa gastrectomia, ou seja, num corte de estômago, mas neste caso vertical de maneira que o estômago fica transformado num tubo gástrico.É assim retirado uma parte do estômago. O doente terá um estômago substancialmente menor e uma consequente redução de peso, porque ingere menos comida. Reduzem-se os níveis grelina, que é a hormona responsável pelo apetite.