segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Obesidade mórbida em portugal

As cirurgias de redução do estômago são uma resposta eficaz para a perda de peso nos casos de obesidade mórbida. A equipa multidisciplinar do Hospital Particular de Lisboa (HPL), com doze especialistas, é considerada a mais experiente e qualificada, em Portugal, na área de cirurgia bariátrica, coordenada pelo Dr. Jorge Limão que entrevistámos.


Obesidade mórbida: Hospital Particular de Lisboa na linha da frente da cirurgia bariátrica

O que significa exactamente cirurgia bariátrica?

Do ponto de vista da cirurgia, é o tratamento da obesidade mórbida, isto é, quando o índice de massa corporal (IMC) – a relação entre o peso e a altura – está acima de 40, ou de 35, no caso de haver doenças associadas.



Em que consiste o serviço integrado de cirurgia bariátrica do HPL?

O serviço funciona num conceito multidisciplinar da abordagem ao doente: identificação e quantificação do problema e proposta terapêutica. Esta pode consistir numa terapêutica conservadora clássica – com acompanhamento multidisciplinar com a dietista, psicóloga e tratamento farmacológico, sem indicação operatória –, na endoscopia bariátrica, com a colocação de balão, ou, nos casos mais graves, na cirurgia, nomeadamente com a colocação da banda gástrica, sleeve gástrico, ou tubo gástrico, ou bypass gástrico.



Quem deve fazer a cirurgia?

A obesidade tipifica-se em função da relação do peso e da altura, o que dá o índice de massa corporal (IMC). O doente tem indicação cirúrgica a partir do IMC 40 e, também, se tiver entre 35 e 40 de IMC e doenças passíveis de melhorar com a perda de peso. A endoscopia bariátrica, com a colocação de balão, para pessoas entre os 30 e os 35 de IMC.



Quais as principais cirurgias de redução de estômago?


Balão intragástrico

Não se trata de uma cirurgia. Consiste em deixar uma “bola de andebol”, feita de silicone, dentro do estômago. É um processo endoscópico, em que o doente faz a colocação no dia e não precisa ficar internado. O balão é introduzido por endoscopia, através de um tubo que vai da boca ao estômago. Já no seu interior, é cheio com soro. Tem uma duração de seis meses, findos os quais é retirado, também por endoscopia. A perda de peso resulta de dois mecanismos: a ocupação de espaço dentro do estômago (cabe menos comida) e a pressão que faz sob a mucosa e a parede do estômago que desencadeia estímulos de saciedade, pelo que a apetência para comer baixa.


Banda gástrica

É como se fosse um anel no dedo, só que à volta do estômago. A técnica da banda gástrica ajustável consiste na colocação de um pequeno anel ao redor da porção superior do estômago, a cerca de dois centímetros do esófago. Este anel divide o estômago em dois compartimentos: um pequeno que fica acima da banda e irá armazenar pouca quantidade de alimento que, quando cheio, causa a sensação de saciedade; e um segundo compartimento maior, que é o resto do estômago normal abaixo da banda, e que continuará a participar do processo digestivo normal, recebendo e enviando o alimento para o duodeno.
A banda é uma “ferramenta” que o doente precisa para toda a vida. Se a retirarmos, o estômago vai voltar ao que era no início. É uma operação simples do ponto de vista cirúrgico que demora cerca de 40 minutos.
A operação é efectuada por laparoscopia que é uma técnica que permite fazer a cirurgia sem ser de "barriga aberta".


Bypass gástrico

No bypass gástrico recorta-se um pouco de estômago do restante. Consegue-se assim um estômago pequeno. Existe menos ingestão calórica porque se come menos. Consiste num corte numa pequena porção do estômago, a mais alta, onde se cria uma pequena bolsa que é ligada directamente ao intestino delgado. Ou seja, é feita uma passagem directa dos alimentos para o meio do intestino. Desta forma, passa-se a comer menos quantidade como acontece com a banda, mas também se absorve menos 30 por cento, logo há um melhor resultado e uma maior perda de peso.
Trata-se de uma operação que demora de hora e meia a duas horas, com três dias de internamento, efectuada também por laparoscopia, com um período de convalescença de cerca de duas semanas.


Sleeve ou tubo gástrico

O sleeve ou tubo gástrico é uma operação que “fica a meio caminho” entre a banda gástrica e o bypass gástrico. Efectuada também por laparoscopia, demora cerca de uma hora, precisa de 48 horas de internamento e de uma a duas semanas de convalescença. Consiste numa gastrectomia, ou seja, num corte de estômago, mas neste caso vertical de maneira que o estômago fica transformado num tubo gástrico.É assim retirado uma parte do estômago. O doente terá um estômago substancialmente menor e uma consequente redução de peso, porque ingere menos comida. Reduzem-se os níveis grelina, que é a hormona responsável pelo apetite.

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